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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Correr forte antes da musculação não atrapalha o treino dos braços e tronco?



Atualmente é comum as pessoas fazerem várias atividades físicas no mesmo programa combinando exercícios aeróbios com anaeróbios gerando algumas dúvidas quanto aos resultados. A principal delas refere-se ao desenvolvimento da força, a hipertrofia ou simplesmente definir o corpo. Até que ponto a atividade aeróbia antes de um programa de musculação atrapalharia o seu desenvolvimento? Teria diferença na questão de malhar pernas, braços e tronco? Até que ponto uma atividade atrapalha ou ajuda a outra?

Para fins de emagrecimento já vimos há poucas semanas que as duas atividades são bem vindas em qualquer ordem porque o valor nessa questão é o balanço calórico negativo. É preciso ainda lembrar que a própria musculação por si só também emagrece contribuindo não só com a diminuição do percentual de gordura como também o aumento da massa muscular e a explicação é simples. Os anaeróbios como a musculação, emagrecem na mesma proporção. A diferença é que na hora do exercício o corpo utiliza o glicogênio muscular como principal fonte de energia. Depois tem que repor e vai buscar nas gorduras proporcionando o emagrecimento. Outro fato é que o aumento da massa muscular acelera o metabolismo basal fazendo em longo prazo o corpo gastar mais energia estando parado. Portanto, para emagrecer, tanto faz correr ou pedalar antes ou depois da musculação ou dividir aeróbio antes e depois.
Citei também que quando o objetivo for musculação visando hipertrofia ou desenvolvimento da força, o questionamento pode mudar. Vai depender muito da intensidade e duração da atividade aeróbia antes ou após a musculação. As pesquisas mostram resultados, até benéficos, quando essa atividade não passa de 20 minutos com uma intensidade baixa ou no máximo moderada. Uma intensidade mais alta ou duração maior, a solicitação motora pode ser contraditória ao desenvolvimento da força ocorrendo o que se conhece em Fisiologia por catabolismo induzindo à perda de massa muscular. 

Os estudos de Fleck, 99 conclui: 1) A força muscular pode ser comprometida, especialmente em ações musculares de alta velocidade, pela execução de treinamento de endurance de alta intensidade. 2) A potência muscular pode ser comprometida pela execução simultânea de treinamento de força e de endurance. 3) O desempenho anaeróbio pode ser negativamente afetado pelo treinamento de endurance de alta intensidade. 4) O consumo máximo de oxigênio não é comprometido pela ação simultânea de treinamento de força e endurance. 5) A endurance não é afetada negativamente pelo treinamento simultâneo. Eis a questão!
Como a grande maioria treina visando qualidade de vida, não há problema algum fazer qualquer atividade física em qualquer ordem desde que sejam observadas as intensidades para não sobrecarregar músculos e articulações.
Vale ressaltar, entretanto, que a maioria dos estudos sobre treinamento concorrente incide no mesmo grupo muscular para chegar a algumas das conclusões acima citadas como, por exemplo, correr e depois fazer musculação para as pernas. Poucos trabalhos avaliaram grupos musculares separados como correr e depois pegar pesado nos braços e tronco. Esses poucos trabalhos como o de Leandro Luís Oliveira Raddi disponível na Internet concluíram que a execução do treinamento de 45 minutos corrida a 70 % da Freqüência cardíaca máxima não afeta o desempenho de força nos membros superiores e do tronco, dado sugerindo que a influência negativa de fadiga residual depende muito mais do grupo muscular treinado excessivamente do que a depleção de glicogênio, creatina e outros produtos geradas pelas duas atividades. Ou seja, quem gosta de pegar pesado nos braços e tronco como a maioria dos homens não tem problema dar a sua corridinha ou até fazer spinning antes. O estudo quis saber se a fadiga residual das duas atividades sobre os mesmos grupos musculares não seria decorrente da depleção de glicogênio. Ficou comprovado que mesmo a ingestão do produto durante a corrida não foi capaz de atenuar a fadiga no treinamento seguinte. Portanto, se você quer pegar pesado nos membros inferiores a corridinha antes tem que ser leve concordando com Fleck. Se quiser pegar pesado na corrida a musculação para as pernas tem que ser leve, mas para os braços e tronco pode ser pesada sem problema nenhum.